domingo, 1 de novembro de 2009

Intervenção 7_Tema 1__O Processo de Investigação_Planear uma Investigação II

Após a definição da problemática e considerando que a problemática é a abordagem ou a perspectiva teórica que o investigador decide adoptar para tratarmos o problema formulado pela pergunta de partida é necessário proceder à fase de construção dos restantes instrumentos/enquadramentos teóricos e técnicos que permitirão criar um estudo cientificamente válido
Se cada tema de investigação pode ser investigado sob diferentes perspectivas científicas, nesta etapa devemos identificar as diferentes perspectivas possíveis, e escolher uma perspectiva, ou combinação de perspectivas, que iremos adoptar no trabalho de investigação. Respondendo directamente à questão nº 4, podemos afirmar que o quadro teórico de referência que resulta da evolução e síntese criteriosa da problemática vai ser o sustentáculo de toda a investigação e responsável pela sua credibilidade científica. Diria ao meu colega que esta fase é essencial e que o seu trabalho de investigação necessita de uma clara explicitação dos objectivos da investigação e consequentemente uma especificação das hipóteses de investigação, devidamente enquadrado no paradigma escolhido e na metodologia associada. Será esse quadro teórico devidamente fundamentado que permitirá sustentar e fundamentar cientificamente o modelo de análise que consta de um corpo de hipóteses – hipótese ou hipóteses de trabalho e, eventualmente, hipóteses adicionais. Os conceitos e definições implícitos ao paradigma escolhido e metodologia associada serão imprescindíveis para uma adequada explicitação dos objectivos da investigação e respectiva especificação das hipóteses de investigação. Se as hipóteses são um instrumento orientador da investigação, facilitador da selecção de dados e organização da sua análise, ao ser enquadrada por um corpo teórico ou conceptual devidamente fundamentado, torna-se possível por essa mesma análise à prova, confrontando a teoria e a realidade empírica, possibilitando (inclusive) a formulação de novas hipóteses. Sugeria-lhe também que as hipóteses, deviam cobrir de forma coesa, coerente e articulada a total dimensionalidade do problema, recorrendo a uma selecção precisa das variáveis e definição dos indicadores. No caso das variáveis e seguindo o pensamento de Pardal e Correia (1998,15), dir-lhe-ia que a sua definição passa por o cumprimento de algumas regras básicas, a saber:
» Estudar a bibliografia sobre o assunto
» Analisar o problema com colegas e professores, particularmente aqueles que já estudaram o assunto
» Tentar localizar material não publicado ou pesquisa elaborada sobre o assunto
» Tentar obedecer às etapas na reespecificação conceptual
» Desenvolver as hipóteses em pormenores claros, incluindo as suas conexões com a teoria social
» Estabelecer contacto real, quando possível, com o fenómeno em estudo.
Pedia-lhe também para estar particularmente atento à definição dos indicadores que, funcionando como subdimensões das variáveis, devem-se constituir como um corpo preciso, significativo e essencial de forma a serem cobertas as diferentes dimensões das variáveis definidas. Quanto mais completos forem os indicadores de determinada variável mais completa será a posterior validação da hipótese de trabalho.
Até já
Pedro Coelho do Amaral
QUIVY, Raymond ; VAN CAMPENHOUDT, Luc — Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva, 1998.
PARDAL, Luís ; CORREIA, Eugénia — Métodos e Técnicas de Investigação Social. Porto: Areal Editores, 1995.
Ceia, Carlos - Como Fazer uma Tese de Doutoramento ou uma Dissertação de Mestrado – Curso Prático - http://www.fcsh.unl.pt/docentes/cceia/guias.htm

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