sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Intervenção 6_Tema 2_A Recolha de Dados_Métodos Quantitativos de Recolha de Dados_Análise de Dissertação





Método de Amostragem  -
Reflexão sobre a Dissertação Analisada


Na investigação sobre métodos de amostragem, consoante os autores pesquisados é possível encontrar diferentes nomenclaturas para processos que são semelhantes. Na leitura da obra de Pardal e Correia (1998, p. 40), os autores identificam a chamada Amostra de Área que caracterizam como um “Tipo particular de Amostra Estratificada” que ao invés de sortear indivíduos, sorteiam áreas. Neste tipo de amostra o universo é repartido em áreas, unidades grandes e homogéneas; entre essas áreas-amostras grandes, selecciona-se, ao acaso ou por recurso a intervalos regulares, uma parte, com vista a constituir a amostra; de seguida, procede-se à estratificação em segmentos de cada uma dessas áreas-amostra seleccionadas, cuidadosamente definidos como garante da sua homogeneidade; finalmente seleccionam-se, no interior de cada estrato unidades para compor a amostra. Os autores, nem a propósito, exemplificam uma possibilidade de Amostra de Área através da selecção de escolas do primeiro ciclo do ensino básico, sob o universo nacional. Pelas indicações, ou pela ausência delas, creio que a investigadora não utilizou esse tipo de amostra mais rigorosa. Sigo-me mais pela ideia do Paulo da amostra por conveniência e a amostra intencional.
Interessa no entanto esclarecer melhor do que se trata amostra intencional. Este tipo de amostra é enquadrável na categorização de Amostra não-probabilistica ou empírica, ou seja, aquelas cujos fundamentos de selecções não dependem de construções estatísticas, embora a elas algumas possam recorrer, mas sim, e essencialmente do juízo do investigador. Para que a amostra intencional seja bem construída e tenha valor representativo, pressupõe que o investigador tenha sobre o universo, no mínimo, algum conhecimento e intuição. Essa amostra sofre, como é facilmente expectável, de serias limitações, das quais se destaca a subjectividade, não podendo, como referem Pardal e Correia (1998, p. 42), constituir como uma base sólida de representatividade do universo, tendo todavia, se for feita de forma criteriosa, possibilidades de fornecer indícios a respeito do fenómeno em estudo. Os autores alertam que este tipo de amostragem deve ser utilizada mais como ferramenta de sondagens prévias para fornecer linhas orientadoras de pesquisa do que propriamente como método de amostragem final.
Também considero que a investigadora não identifica claramente o método de amostragem utilizado. Concordo com os colegas Paulo e a Paula, no sentido que identificam uma utilização de diferentes métodos de amostragem e que a sua justificação carece de rigor. Esses factos levam-me a considerar que a investigadora não recorreu, na escolha dos métodos de amostragem, a elementos metodológicos e cientificamente rigorosos de selecção, mas serviu-se sobretudo da sua intuição e provavelmente de conhecimentos pessoais, para elaborar essa mesma selecção.

Pedro Coelho do Amaral


LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade – Metodologia Científica 1989 – S. Paulo - Atlas EditorQUIVY, Raymond ; VAN CAMPENHOUDT, Luc — Manual de Investigação em Ciências Sociais. Lisboa: Gradiva, 1998.
PARDAL, Luís; CORREIA, Eugénia — Métodos e Técnicas de Investigação Social. 1998 – Areal Editores


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